terça-feira, 3 de julho de 2007

Consumo dos alimentos funcionais

Consumo dos alimentos funcionais precisa ser acompanhado de reeducação

Mesmo que se comam boas quantidades de verduras e legumes, o consumo de refrigerantes, enlatados, embutidos e biscoitos desequilibra a flora intestinal e impede a absorção dos nutrientes essenciais à manutenção do organismo humano.

Denise Carreiro, nutricionista funcional que levará estudos de caso para o
congresso em Sâo Paulo, conta que o problema causa doenças como a hipovitaminose K, por exemplo, que se torna um problema grave entre os brasileiros.

- As bactérias boas produzem 60% da vitamina K no intestino, assim comovários outros nutrientes. Mas se forem escassas, isso não acontece. Sem esses elementos, a produção e a ação dos neurotransmissores ficam prejudicadas, e daí surge a irritabilidade, as alterações de humor, a falta de concentração, os distúrbios de comportamento - explica Denise.

Embora muitos médicos rejeitem a teoria de que a hiperatividade possa ter origem alimentar, alegando falta de comprovação científica, Denise afirma já ter curado muitos casos apenas com a substituição da dieta.

- Dependemos dos nutrientes para funcionarmos bem. Hoje, as pessoas se alimentam mais de produtos químicos, cujos efeitos no organismo muitas vezes se desconhece, e por isso apresentam tantos distúrbios. Ao mudar a alimentação, a maioria sai desse estado - defende Denise.

Um dos casos que a especialista apresentará no congresso é o de uma senhora que fez cirurgia de obesidade e, ao estender a toda a família sua nova dieta saudável, fez com que o filho emagrecesse 60 quilos e não precisasse mais da operação.

Os alimentos funcionais, segundo definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são aqueles que, além de nutrir, produzem efeitos benéficos para a saúde, e podem ser consumidos com segurança sem supervisão médica.

Os mais estudados são os probióticos e os prebióticos. Os primeiros contêm microrganismos vivos (como os iogurtes com bifidobacterias e lactobacilos) que aumentam a flora intestinal, os outros são fibras alimentares que não são digeridas e
servem de alimento para as bactérias benéficas ao organismo humano.

Se os alimentos do primeiro grupo nem sempre cabem no orçamento, os do segundo são mais acessíveis: a chicória é rica em insulina, que regula a flora intestinal; a banana verde, cozida por 10 minutos em panela de pressão e depois batida no liquidificador, dá boas doses de amido resistente, alimento das bactérias boas; alho e cebola, adicionados crus às preparações, são excelentes armas para dar cabo das bactérias ruins.


Jornal do Brasil - Ciência
17/06/2007

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