segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Homocisteína: o colesterol do século 21

A homocisteína é um aminoácido e desde 1969 tem sido estudada a sua relação com as doenças cardiovasculares.

A descoberta foi feita por acaso pelo patologista americano Kilmer McCully e quando trabalhava na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e estudava a homocistinúria, uma rara doença. Como não consegui provar a relevância deste estudo foi demitido. A situação atual é outra. A medida da homocisteína no sangue já é um exame de rotina, quando o assunto é a avaliação do estado de saúde. Depois de vários anos de estudos não há mais nenhuma dúvida: o elevado nível de homocisteína é um perigoso sinal para coração.

Os pesquisadores em homocisteína fazem um alerta: fumar mais de 20 cigarros por dia, beber mais de nove xícaras de café e ingerir muito álcool aumentariam as taxas do aminoácido.

Homocisteína e as doenças cardiovasculares

Elevada taxa de homocisteína está estreitamente relacionadas com o maior risco de doença cardiovascular, infarto e doenças vasculares periféricas. Pelo menos são estes os resultados dos estudos epidemiológicos publicados nos últimos cinco anos. Em um dele mostra que homens e mulheres com menos de 60 anos correm um risco duas vezes maior de desenvolverem doenças cardiovasculares quando o nível da homocisteína encontra-se elevado. O mais surpreendente que este risco independe de outros fatores, como o fumo e a hipertensão arterial.

Um outro estudo (1997) publicado pelo New England Journal of Medicine também mostrou a importância da homocisteína. Nele ficou evidente que a taxa de mortalidade dos pacientes após 4 a 5 anos do diagnóstico de doenças cardiovasculares é proporcional ao nível plasmática de homocisteína. O risco foi menos para os pacientes, cuja taxa de homocisteína era menor que 9 µmol/L e maior (25%) para aqueles com mais de 15 µmol/L.

Sabe porque a homocisteína é tão ou mais deletéria que o colesterol? Conheças as respostas:

1. Danifica as artérias.
2. Promove a formação de coágulos no sangue.
3. Entopem as artérias e as veias.

O ácido fólico e as vitaminas B6 e B12 afetam o nível da homocisteína

A taxa plasmática da homocisteína é determinada pelo tipo de alimentação e predisposição genética. No caso da alimentação, os altos níveis do ácido fólico e das vitaminas B6 e B12 ajudam a metabolizar e a reduzir os níveis da homocisteína .

E mais: o baixo nível de ácido fólico no sangue está estreitamente relacionado com um maior risco do aparecimento de doenças cardiovasculares.

Conselho: recomenda-se a suplementação do ácido fólico, em especial, para pessoas com história familiar de doenças cardiovasculares.

As vitaminas B6 e B12 também são outras promessas para o coração com mais saúde.

Recomendação do American Heart Association

A American Heart Association (AHA) o mais renomado centro de estudos em coração de todo o mundo, não recomenda uma suplementação indiscriminada de ácido fólico e vitamina B6 e B12 com o objetivo de reduzir o risco de doenças cardíacas e infarto.

A indicação da AHA:

1. Dieta equilibrada e rica em frutas e vegetais.
2. Dose de 400mcg/dia de ácido fólico para os adultos a partir de alimentos. Vale ressaltar que a dose normal é de 200 mcg/dia.
3. As boas fontes de ácido fólico: frutas cítricas, vegetais e grãos.


Teor de ácido fólico nos alimentos:

Uma receita saudável para o coração

Exemplo de uma receita de salada com todos os ingredientes saudáveis para o seu coração. Com ela você tem todo o ácido fólico que precisa (430 mcg/por porção) .

Para completar ela tem os bons companheiros: azeite de oliva espanhol, soja, pão, sardinha e vinho tinto. Depois desta deliciosa refeição, o seu coração só tem a agradecer.

Salada de soja, alface, tomate e espinafre

Arrume em uma saladeira 4 folhas grandes de alface (40 g), 1 tomate médio partido em gomos (80 g), 1 xícara (chá) de soja cozida (150 g) e 1 xícara (chá) de espinafre cozido e picado (120 g). À parte, bata em uma tigela, 4 colheres (sopa) de azeite de oliva espanhol (40 g) com 1 xícara (chá) de hortelã picada (40 g) e sal a gosto.

Rende 2 porções

Cada porção tem 365 calorias; 17,5 g de carboidratos; 19 g de proteínas ; 28 g de gorduras totais (4 g de saturada, 16,5 de monoinsaturada e 6 g de poliinsaturada); 0 de colesterol; 10 g de fibras; 11mg de ferro; 310 mg de cálcio e 430 mcg de ácido fólico

terça-feira, 3 de julho de 2007

Consumo dos alimentos funcionais

Consumo dos alimentos funcionais precisa ser acompanhado de reeducação

Mesmo que se comam boas quantidades de verduras e legumes, o consumo de refrigerantes, enlatados, embutidos e biscoitos desequilibra a flora intestinal e impede a absorção dos nutrientes essenciais à manutenção do organismo humano.

Denise Carreiro, nutricionista funcional que levará estudos de caso para o
congresso em Sâo Paulo, conta que o problema causa doenças como a hipovitaminose K, por exemplo, que se torna um problema grave entre os brasileiros.

- As bactérias boas produzem 60% da vitamina K no intestino, assim comovários outros nutrientes. Mas se forem escassas, isso não acontece. Sem esses elementos, a produção e a ação dos neurotransmissores ficam prejudicadas, e daí surge a irritabilidade, as alterações de humor, a falta de concentração, os distúrbios de comportamento - explica Denise.

Embora muitos médicos rejeitem a teoria de que a hiperatividade possa ter origem alimentar, alegando falta de comprovação científica, Denise afirma já ter curado muitos casos apenas com a substituição da dieta.

- Dependemos dos nutrientes para funcionarmos bem. Hoje, as pessoas se alimentam mais de produtos químicos, cujos efeitos no organismo muitas vezes se desconhece, e por isso apresentam tantos distúrbios. Ao mudar a alimentação, a maioria sai desse estado - defende Denise.

Um dos casos que a especialista apresentará no congresso é o de uma senhora que fez cirurgia de obesidade e, ao estender a toda a família sua nova dieta saudável, fez com que o filho emagrecesse 60 quilos e não precisasse mais da operação.

Os alimentos funcionais, segundo definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são aqueles que, além de nutrir, produzem efeitos benéficos para a saúde, e podem ser consumidos com segurança sem supervisão médica.

Os mais estudados são os probióticos e os prebióticos. Os primeiros contêm microrganismos vivos (como os iogurtes com bifidobacterias e lactobacilos) que aumentam a flora intestinal, os outros são fibras alimentares que não são digeridas e
servem de alimento para as bactérias benéficas ao organismo humano.

Se os alimentos do primeiro grupo nem sempre cabem no orçamento, os do segundo são mais acessíveis: a chicória é rica em insulina, que regula a flora intestinal; a banana verde, cozida por 10 minutos em panela de pressão e depois batida no liquidificador, dá boas doses de amido resistente, alimento das bactérias boas; alho e cebola, adicionados crus às preparações, são excelentes armas para dar cabo das bactérias ruins.


Jornal do Brasil - Ciência
17/06/2007

Pesquisa avalia custo das hospitalizações associadas à obesidade

Resultados mostram que as internações associadas ao excesso de peso representam 6,8% do total no caso dos homens e 9,3% no caso das mulheres, tendo um impacto similar ao observado em países desenvolvidos.

O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil nos últimos 20 anos e o alto número de doenças crônicas associadas à obesidade, como o derrame, as doenças cardiovasculares e o diabetes sugerem uma incidência significativa de doenças provocadas pelo excesso de peso. As implicações monetárias diretas no tratamento médico da obesidade acabam sendo grandes, já que tanto o sobrepeso quanto a obeisdade são fatores de risco para inúmeras doenças. Isso é o que mostram Rosely Sichieri e equipe da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em um estudo que utilizou dados das hospitalizações de homens e mulheres de 20 a 60 anos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde para o ano de 2001.

O trabalho teve como objetivo estimar importância e custo das hospitalizações associadas ao sobrepeso e à obesidade. De acordo com artigo publicado na edição de julho de 2007 dos Cadernos de Saúde Pública, "além dos custos diretos relacionados ao tratamento das doenças, indiretamente, há perdas na produtividade devido às altas taxas de morbidade e mortalidade, além de redução da qualidade de vida, devido a rejeições sociais e problemas psicológicos".

Os resultados mostram que o total de custos foi equivalente a 3,02% dos custos totais de hospitalização em homens e a 5,83% em mulheres, correspondendo a 6,8 e 9,3% de todas as hospitalizações (excluindo gestantes). Segundo os pesquisadores, "o excesso de peso no Brasil tem um impacto nas hospitalizações e nos custos similar ao observado em países desenvolvidos. Sendo a transição nutricional um processo em andamento no Brasil, o sobrepeso teve maior impacto nos custos do que a obesidade".

Dessa forma, a equipe alerta para a necessidade de combater o excesso de peso no país: "os custos dos tratamentos dessa doenças e daquelas associadas tende a aumentar dado o crescimento da prevalência e da severidade da obesidade. Aliás, desde que o aumento das taxas de prevalência da obesidade entre pessoas de baixa renda foi constatado, os resultados apontam para um cenário alarmante para o sistema de saúde brasileiro no futuro".

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

sábado, 30 de junho de 2007

A situação atual

Nossas crianças e adolescentes estão crescendo num mundo cheio de tensões, pressões, incertezas e rápidas mudanças. As instituições, principalmente a própria família, estão sofrendo uma de suas piores crises. As pessoas constituídas de autoridade estão desacreditadas.

Nossos idosos perderam o respeito por si, a auto-estima e até mesmo a esperança. A população produtiva encontra-se cada vez mais pressionada e as pessoas adoecem por causas dos estresses diários tomando remédios em demasia. E nesse ambiente nossas crianças e adolescentes não encontram o apoio necessário para crescerem emocionalmente saudáveis.

O estresse é a maior causa de doenças hoje em dia segundo a OMS. Dificuldade de concentração, memória e atenção diminuem a produtividade nas atividades acadêmicas e no trabalho. As pessoas buscam métodos rápidos, eficazes e eficientes para aliviar as tensões.

Nossa constituição define saúde como bem estar bio-psico social, portanto é dever dos órgãos públicos no que tange oferecer condições para a sua consecução. Mas também a cada um de nós modificar essa situação.